Francisco Brennand 1927-2019

Francisco Brennand nasceu e viveu em Recife, Brasil.

 

Em 1949, viajou a Paris para estudar pintura. No ano seguinte, conquistou o Segundo Prêmio do 9º Salão de Pernambuco com a tela Mamão e Bananas. A partir de 1961, iniciou a produção do mural cerâmico Batalha dos Guararapes, em colaboração com César Leal (1924–2013) e Ariano Suassuna (1927–2014), na Rua das Flores, Recife. Em 1968, contribuiu para a criação dos figurinos da primeira adaptação cinematográfica de O Auto da Compadecida, com roteiro de Ariano Suassuna, autor da peça.

 

Em 1971, participou da 11ª Bienal de São Paulo. No mesmo ano, após visitar as ruínas da Cerâmica São João, fábrica fundada por seu pai, renovou o espaço e estabeleceu seu ateliê, dando origem à Oficina Brennand. O ateliê-museu abriga os mais importantes conjuntos escultóricos idealizados pelo artista e instalados no espaço como uma grande obra em processo.

 

Entre 1975 e 1985, produziu diversas esculturas em cerâmica, consolidando seu imaginário artístico. Nesse período, também desenvolveu murais e painéis para edifícios públicos e empresariais, incluindo o mural para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1979, Recife), um mural cerâmico para a Companhia de Desenvolvimento do Vale de São Francisco (1980, Brasília) e o Monumento aos Três Heróis da Restauração (1981), criado para o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, em Recife.

 

Em 1985, participou da 18ª Bienal de São Paulo. Em 1989, esteve na 2ª Bienal Internacional de Óbidos, Portugal, e, no ano seguinte, representou o Brasil na 44ª Bienal de Veneza. Em 1993, a Staatliche Kunsthalle de Berlim organizou uma grande retrospectiva de sua obra. No ano 2000, inaugurou o Parque das Esculturas no Marco Zero de Recife, integrando o projeto “Eu vi o mundo... Ele começava no Recife”, com cerca de 100 obras ao ar livre. Entre suas criações mais recentes, destacam-se O Gigante Nabuco (2010), para a Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, e Pássaro Rocca (2013), instalada na estação Trianon-Masp do metrô de São Paulo.

 

Brennand realizou exposições individuais em instituições renomadas, como Brennand Esculturas: o homem e a natureza, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2004), Francisco Brennand: Flores, frutos, bichos e pássaros dos anos 60, 70 e 80, no Museu Afro Brasil (São Paulo, 2007), Francisco Brennand – Senhor da várzea, da argila e do fogo, no Santander Cultural (Porto Alegre, 2007), e Francisco Brennand: Um primitivo entre os modernos, na Gomide&Co (São Paulo, 2021), exposição posteriormente expandida para a Carpintaria, espaço da Fortes D’Aloia & Gabriel (Rio de Janeiro, 2022).

 

As obras de Francisco Brennand estão em importantes coleções institucionais e museológicas, como a própria Oficina Francisco Brennand, Recife; o Museu do Estado de Pernambuco, Recife; o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM, Recife; o Museu de Arte Contemporânea de Olinda; o Museu de Arte Moderna de Salvador; o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia – MuBE, São Paulo; a Fundação Bienal de São Paulo; a Pinacoteca de São Paulo; o Museu Afro Brasil, São Paulo; o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP; o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; o Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, em Valbom, Portugal; a Maison du Brésil – Cité Universitaire, Paris, entre outras.