Lenora de Barros Brasil, 1953
PT
É o próprio corpo de Lenora de Barros que abriga e dá suporte a inúmeros trabalhos seus, apresentando-se com adornos, luvas, tecidos, gorros, perucas etc. Em muitas obras, o corpo se distorce e se expressa mediando os significados e os sentidos. Por vezes, Lenora, com suas fotoperformances, realiza um intercâmbio direto com o que teve contato através de Geraldo. Em Forma de Família (1996), a artista combina retratos de seu pai e Electra, sua mãe, junto a seus olhos e sua boca. Como uma estrutura formal, as referências são múltiplas e se entrelaçam: se a linguagem é a fotografia, ela também é a palavra, que tem evidente importância na obra de Lenora. Poetas concretos como os irmãos Augusto (1931) e Haroldo de Campos (1929-2003, Décio Pignatari (1927-2012), o tradutor e escritor Boris Schnaiderman (1917-2016), entre outros, compuseram o circuito social de Geraldo com que Lenora conviveu em sua infância.
EN
Lenora de Barros offers her own body to her photography works. It harbors and supports countless works of hers, clad in adornments, gloves, fabric, caps, wigs, etc. In many instances, the body distorts and expresses itself by mediating meanings and senses. At times, in her photo-performances, Lenora engages in direct interchange with what she got in contact with through Geraldo. In Forma de Família (1996), she combines portraits of her father and of Electra, her mother, with her own eyes and mouth. Like a formal structure, the references are manifold and interwoven: if language is photography, it is also the word, which is clearly important in Lenora's work. Concrete poets like the brothers Augusto (1931) and Haroldo de Campos (1929-2003), Décio Pignatari (1927-2012), the translator and writer Boris Schnaiderman (1917-2016), and others comprised Geraldo's social circle with which Lenora interacted as a child.