Vive e trabalha em São Paulo, Brasil
O escultor e ceramista Megumi Yuasa inicia-se nas artes plásticas em 1964, quando passa a realizar suas primeiras peças. No ano seguinte, exila-se junto à sua companheira, Naoko Yuasa, em um sítio no interior do estado de Goiás, investigando a técnica e produzindo com a terra que tinha a seu dispor. Ali são produzidas suas primeiras peças utilitárias, que, com a ajuda de parceiros, são apresentadas em 1968, em uma exposição individual realizada em Goiânia. Em 1971, já de volta a São Paulo, frequenta por seis meses a Escola Brasil, a convite do pintor Luiz Paulo Baravelli. Desde o início de sua carreira, Megumi está sempre presente nas mostras de artistas nipo-brasileiros e nas mostras voltadas para a linguagem da cerâmica. Sempre imbuído de um discurso filosófico e político, é um artista com um viés anárquico em suas práticas, na medida em que incorpora outros materiais às suas cerâmicas, como metais e tintas, o que foge do escopo tradicional da cerâmica japonesa.
Em 1979, inicia atividades como professor de cerâmica. Nessa época, o casal adquire um lote na Vila Campestre, na zona sul paulistana, onde juntos constroem um forno a lenha e diesel. Nos anos seguintes, o local passa a formar e receber grupos de alunos e artistas para encontros de cunho político, filosófico e artístico. Em 1982, é convidado a ministrar um curso de cerâmica na Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. No ano de 1984, é convidado pelo Museu de Artes do Rio Grande do Sul – MARGS, para ministrar o curso Observação da Realidade. Em 1987, realiza uma exposição individual na Galeria de Arte São Paulo.
Em 1988, recebe o prêmio da categoria escultura da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA. No mesmo ano, o casal é convidado a formar um núcleo artístico dentro da fábrica de Cerâmica Aruan, em Itu, onde trabalharam pelos vinte anos seguintes. Morando lá, tiveram um espaço na fábrica onde modelavam suas peças e ensinavam o ofício aos jovens operários que produziam utilitários. O convite para a ida a Itu chega após Megumi participar da execução dos painéis de Cícero Dias e Fernando Lemos na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo.
Em 1989, viaja a Portugal para ministrar curso no Seminário de Cerâmica Brasileira, em Lisboa. Em 1991, volta à Galeria de Arte São Paulo, com nova exposição individual. No fim dos anos 1990, realizou suas últimas individuais na Skultura Galeria de Arte em São Paulo (1997), e na Galeria LGC Arte Hoje, no Rio de Janeiro (1998). Das exposições coletivas, cabe destaque a suas participações na 13a e na 14a edição da Bienal de São Paulo (1975 e 1977, respectivamente); na coletiva itinerante Encuentro de Ceramistas Contemporaneos de America Latina, de 1987, marcando presença em instituições como o Museum of Contemporary Hispanic Art, em Nova York; o Centro de Arte Contemporaneo, na Cidade do México; o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio, entre outras. Também participa da coletiva Laços do Olhar, em 2008, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e, em 2023, integra a coletiva O Curso do Sol, na Gomide&Co. Participa de várias edições de festivais e encontros de ceramistas, além de mostras realizadas por ocasião de aniversários da imigração japonesa no Brasil. Em 2024, sua obra integrou a mostra coletiva Tocar a Terra, com curadoria de Rachel Hoshino, que integrou o programa Diásporas Asiáticas, no Instituto Tomie Ohtake, em 2024. Ao longo de sua carreira, e até os dias de hoje, Megumi Yuasa segue ministrando oficinas, palestras e cursos dentro dos temas abrangidos por suas práticas. Em 2024, a Gomide&Co realizou sua primeira individual desde 1998, com projeto concebido por Alexandre da Cunha, entre terras e por Rachel Hoshino.
A obra de Megumi Yuasa compõe a coleção de instituições como o Carnegie Museum of Art (Pittsburgh, US), o Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC-USP e a Pinacoteca de São Paulo.