No Brasil desde 1962, com forte influência das características da cerâmica tradicional japonesa, Shoko Suzuki amestrou o fogo e o barro nos trópicos. Essa experiência criadora, de reinvenção de formas e de inscrição de símbolos, desliza em elementos figurativos, abstrações circulares e volumes fluidos, alcançando mesmo um impacto estético universal. e à Terra.
Passou a expor individualmente a partir de 1955, ainda em Tokyo, quando participa da mostra de jovens ceramistas na Galeria Ando. Antes de cruzar o oceano rumo ao porto de Santos, expõe em várias galerias e museus de sua cidade natal, como a Galeria Mitsukoshi, Museu Nacional de Tokyo e Galeria Yoseido. Já no Brasil, expõe individualmente na Galeria Anchei (São Paulo, 1968); na Galeria Bonino (Rio de Janeiro, 1976); na Fundação Cultural do Distrito Federal (Brasília, 1984); no Museu da Casa Brasileira na esteira das comemorações dos seus 50 anos de carreira (São Paulo, 2003), entre outras. Coletivamente, participa de exposições diversas em instituições como o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP (São Paulo, 1988 e 1996); Centro Cultural de Campinas (1992); Tokushima Kyodo Museum (Tokushima, Japão, 1995); Espaço Cultural dos Correios (São Paulo, 2001); Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2008); Pinacoteca de São Paulo (São Paulo, 2008), entre outras. Em 2023, seu trabalho fez parte da coletiva O Curso do Sol, realizada na Gomide&Co, em São Paulo, Brasil.
1 Noborigama é um tipo de forno a lenha tradicional japonês, de origem chinesa, utilizado no Japão desde o século XVII. O forno é uma técnica avançada e adaptada do forno Anagama, datado de princípios do século V, de uma câmara só. O noborigama, com mais economia de lenha que seu antecessor, é construído num declive aproveitando a inclinação do terreno. Geralmente contém três câmaras interligadas entre si, cada uma num determinado nível. A duração de uma queima em noborigama pode ser de até 35 horas – essa queima de lenta duração evita com que as peças trinquem. Na etimologia da palavra, podemos na superficialidade traduzir nobo como “de subir”, e gama, mais objetivamente, seria “forno”.