Os quase cinquenta anos que Nilda Neves (1961) viveu no interior da Bahia legaram um universo imagético pautado pela riqueza da vegetação e da fauna do sertão baiano. Da escuta de seus ancestrais, nascem imagens que são transpostas diretamente para a tela, sem um desenho prévio. Assim, a artista estabelece uma diferença entre “visagens” e “aparições” quando explica as fontes que animam suas formas. Linhas retorcidas mesclam fatos ilustres com profecias populares e memórias afetivas. Em Rupestres de Paramirim (2023), Neves pinta com delicados tracejados um repertório visual que nos remetem às pinturas de figuras antropomórficas e zoomórficas feitas nos sítios arqueológicos do território do município de Paramirim, especificamente no Sítio Rupestre do Riachão, região da Bahia repleta de dobras geológicas e grandes formações rochosas.

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The almost fifty years that Nilda Neves (1961) has lived in the interior of Bahia have left her an imaginary universe based on the richness of the vegetation and fauna of the backlands of Bahia. From the emotion of listening to her ancestors, images are born and transposed directly onto the canvas, without any previous drawing. The artist thus establishes a difference between "views" and "apparitions" when explaining the sources that animate her forms. Twisted lines mix illustrious facts with popular prophecies and affective memories. In Rupestres de Paramirim (2023), Neves paints with delicate strokes a visual repertoire that takes us back to the paintings of anthropomorphic and zoomorphic figures made at archaeological sites in the municipality of Paramirim, specifically at the Rupestre do Riachão site, a region of Bahia full of geological folds and large rock formations.