![Lenora de Barros, Ping-poem para dividir o tempo [Ping-poem to split the time], 2023](https://artlogic-res.cloudinary.com/w_1600,h_1600,c_limit,f_auto,fl_lossy,q_auto/artlogicstorage/bergaminandgomide/images/view/68a3e754c48772d174364bffdcb86abcj/gomide-co-lenora-de-barros-ping-poem-para-dividir-o-tempo-ping-poem-to-split-the-time-2023.jpg)
![Lenora de Barros, Ping-poem para dividir o tempo [Ping-poem to split the time], 2023](https://artlogic-res.cloudinary.com/w_1600,h_1600,c_limit,f_auto,fl_lossy,q_auto/artlogicstorage/bergaminandgomide/images/view/a2cc3b0a7474e145723b886f1e8f8187j/gomide-co-lenora-de-barros-ping-poem-para-dividir-o-tempo-ping-poem-to-split-the-time-2023.jpg)
Lenora de Barros Brasil, b. 1953
PT
Longe de ser uma atividade inofensiva, todo jogo traz consigo um registro transgressor. Aquele que joga, que brinca, instaura ordem lúdica que escapa da lógica produtiva do capital. Não por acaso, a etimologia da palavra diversão está ligada à noção de desvio. Estamos, aqui, no território do homo ludens, em contraposição ao homo faber, das horas improdutivas, em contraste com os dias úteis. Os Ping-Poems, de Lenora de Barros, fazem parte desse universo que habita as antípodas tanto da vida administrada, quanto do lazer cronometrado.
Dando continuidade à série desenvolvida desde 1990 em torno do pingue-pongue como receptáculo poético, ambos trabalhos deslindam proposições para jogos de pingue-pongue imaginários com vias a subverter o tempo. Os trabalhos são caixas que acolhem conjuntos de raquetes, redes, bolinhas, igualmente modificadas (cortadas, vazadas etc.). Cada caixa evoca um tipo de quebra cronológica: para parar o tempo, atrasá-lo, ultrapassá-lo, dividi-lo.
EN
Far from being a harmless activity, every game brings with it a transgression. The person who plays sets up a playful order that escapes the productive logic of capital. It is not by chance that the etymology of the word “diversion” (as in recreation) is linked to the notion of deviation. We are in the territory of the homo ludens, as opposed to the homo faber; of idle hours, as opposed to working days. Lenora de Barros with her Ping-Poems are part of the universe of oppositions that inhabit our managed lives and timed leisure.
Continuing the series developed since 1990 around ping-pong as a poetic receptacle, both works unveil propositions for imaginary ping-pong games intended to subvert time. The pieces are boxes that hold sets of rackets, nets and balls, which have also been modified (cut, hollowed out, etc.). Each box evokes a type of chronological break: to stop time, slow it down, overtake it, divide it.