PT

Em 1966, Teresinha Soares iniciava sua trajetória pública nas artes visuais, já delineando as direções que marcariam sua produção: o corpo como território de desejo e contestação, e a insubordinação ao patriarcado. Essa abordagem se desdobra ao longo de sua obra por meio de diferentes mídias e suportes — do desenho à pintura, da performance à serigrafia, passando por instalações e objetos — articulando experimentação formal e afirmação política.

No ano seguinte, apresentou pela primeira vez a série Um Homem e uma Mulher no 22º Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte, ao lado de artistas como Cybele Varela, Anna Maria Maiolino e Carlos Vergara. Realizadas em serigrafia sobre papel, as obras apresentam composições de cromatismo vibrante, nas quais corpos entrelaçados se confundem em formas ambíguas e voluptuosas. Com o título inspirado no filme Un homme et une femme (1966), de Claude Lelouch — um melodrama sobre o reencontro amoroso entre dois personagens marcados por perdas —, as imagens traduzem o erotismo como linguagem visual, articulando contornos fluidos que diluem as fronteiras entre os corpos retratados.

In 1966, Teresinha Soares began her public career in the visual arts, already outlining the directions that would mark her production: the body as a territory of desire and contestation, and insubordination to the patriarchy. This approach unfolds throughout her work through different media and supports - from drawing to painting, from performance to serigraphy, including installations and objects - articulating formal experimentation and political affirmation.