[EN]

Teresinha Soares appeared on the Brazilian art scene in the 1960s, presenting a body of work in line with the demands of the new international artistic avant-gardes of the second half of the twentieth century. With an intermidiatic oeuvre, combining works in the visual arts, literature, theater and performance, the artist sought political and social emancipation with her career. Her works deal with desire and eroticism, as well as dialoguing in parallel with the socio-politics of that period, marked by the military dictatorship in Brazil, the Cold War and the end of the Vietnam War.

The graphic quality of the colors chosen, combined with the ingenious articulation of each of the elements and symbols that Teresinha Soares brings to her works, allow the viewer to sometimes be elevated to the status of participant. In Caixa de Fazer Amor [Lovemaking Box] (1967), this spectator-participant is also an accomplice, who in turn is in charge of releasing the workings of this mechanism. This ludic painting is in line with other works by Teresinha Soares from this period, in that there is a parody aspect to this impossible machinery in which love loses its spontaneous and human quality and starts to be worked on through cold and calculated mechanisms.

[PT]

Teresinha Soares surge na cena artística brasileira na década de 1960 apresentando uma obra em consonância com as demandas das novas vanguardas artísticas internacionais da segunda metade do século vinte. Com uma obra intermidiática, na qual combina trabalhos em artes visuais, literatura, teatro e performance, a artista buscou com sua carreira uma emancipação política e social. Seus trabalhos abordam o desejo e o erotismo, além de dialogarem paralelamente com a sociopolítica daquele período, marcado pela ditadura militar, a Guerra Fria e o fim da Guerra do Vietnam.

A qualidade gráfica das cores escolhidas aliada à uma articulação engenhosa de cada um dos elementos e símbolos que Teresinha Soares traz em seus trabalhos fazem com que o espectador seja, por vezes, elevado à condição de participador.

Em Caixa de Fazer Amor (1967) esse espectador-participador também é cúmplice, que por sua vez está encarregado de liberar o funcionamento deste mecanismo. Lúdica, a pintura vai ao encontro com os demais trabalhos deste período na produção de Teresinha Soares, na medida em que há um caráter de paródia neste maquinário impossível em que o amor perde sua qualidade espontânea e humana e passa a ser trabalhado mediante mecanismos frios e calculados.