A Gomide&Co tem o prazer de apresentar a exposição Chico da Silva. Com abertura marcada para o dia 6 de setembro na Casa Flávio de Carvalho (Alameda Ministro Rocha Azevedo 1052), a exposição reúne cerca de 30 pinturas do artista. Nascido em Alto Tejo, no estado do Acre, Chico da Silva (1910-1985) foi artista autodidata e suas primeiras expressões artísticas ocorreram nos muros do bairro de Pirambu e da Praia Formosa, em Fortaleza. Aves, peixes e dragões; criaturas quiméricas, muitas vezes devorando-se ou em posição de combate, compõem as cenas desenvolvidas em sua obra e fundem cosmologias populares do norte e nordeste do Brasil.
Em 1943, Chico da Silva despertou a atenção do pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), que se empenhou em divulgar sua obra no Brasil e no exterior. Em 1952, Chabloz publicou um artigo sobre o artista no periódico francês Cahiers d’Art, introduziu seu trabalho ao crítico francês André Malraux (1901-1976) e organizou sua primeira mostra individual na Galerie Pour L’Art (Lausanne). Em 1966, por meio dos esforços do historiador e crítico de arte Clarival do Prado Valadares, Chico da Silva foi incluído na delegação de artistas que representaram o Brasil na 33ª Bienal de Veneza, onde recebeu Menção Honrosa. No catálogo da exposição, sua obra é destacada por sua técnica minuciosa que “seja no detalhamento como nas cores, reúne uma sofisticação do meio físico e subjetivo da pintura”.
Sua preocupação com elementos da fauna e flora, reais ou imaginários, é evidente não apenas como elemento decorativo, mas como expressão formal de uma subjetividade orgânica, fluída e multifacetada. Além da Bienal de Veneza, as obras de Chico da Silva participaram no mesmo ano das exposições Brasil Incomum, na Maison Janson (Paris), e Primitivos Brasileiros, no Instituto de Cultura Hispânica (Madrid). Recentemente, seus trabalhos foram expostos na mostra Raio que o Parta: ficções do moderno no Brasil, no SESC 24 de maio.