Em 1954, estudou pintura na Escola do MAM-RJ – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1955, entrou em contato com os membros do Grupo Frente (1954) e, ao lado de Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Ivan Serpa (1923-1973), passou a integrá-lo. Em 1960, participou da 2ª Exposição de Arte Neoconcreta e criou os Núcleos e os primeiros Penetráveis, labirintos de telas coloridas suspensas pelo teto ou fixadas ao chão. Em 1963, criou os Bólides, estruturas modulares repletas de pigmentos e objetos (garrafas e outros recipientes) feitos para serem manipulados pelo público.

 

Em meados da década de 1960, Oiticica estabeleceu uma relação com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira e com a favela em que a quadra da escola estava localizada. Nesse contexto, criou os Parangolés, capas, bandeiras e estandartes feitos para serem vestidos ou exibidos em apresentações coletivas que incorporaram música, dança e poesia. Seu trabalho desdobrou-se nas instalações Manifestações Ambientais, que incluíram Tropicália (MAM-RJ, Rio de Janeiro, 1967), Éden (Whitechapel Gallery, Londres, 1969) e Ninhos (MoMA – The Museum of Modern Art, Nova York, 1970).

 

Em 1970, recebeu uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation e mudou-se para Nova York, onde permaneceu até 1978. Escreveu os Newyorkaises e experimentou com cinema e vídeo, realizando os projetos Agripina é Roma-Manhattan (inacabado, 1972) e Cosmococa (1973), filmes não narrativos que se insurgiram contra a passividade do público. Retornou ao Rio de Janeiro em 1978, falecendo prematuramente em 1980, aos 42 anos de idade.

 

Oiticica participou de importantes exposições nacionais e internacionais, dentre as quais destacam-se a 4ª, 5ª e 34ª edições da Bienal de São Paulo (1957; 1959; 2021), documenta X de Kassel, na Alemanha (1997) e 50ª Bienal de Veneza, na Itália (2003). Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se The Body of Colour (Tate Modern, 2007), To Organize Delirium (The Art Institute of Chicago; Whitney Museum of American Art, 2017) e A Dança na Minha Experiência (MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, 2020). Sua obra faz parte de coleções internacionais, como a do MoMA – The Museum of Modern Art, MACBA – Museu d'Art Contemporani de Barcelona, Daros Zürich – Latinamerica Collection e dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.