Nascida em Getulina, em 1931, já aos doze anos revela vocação artística durante as aulas de pintura na cidade vizinha de Lins. Filha de pais libaneses, formou-se professora secundária de geografia e lecionou por oito anos no Ginásio Estadual de Oswaldo Cruz antes de voltar-se integralmente à arte. É na década de 1950, quando visita São Paulo regularmente para estudar pintura, que encontra o vocabulário formal através do qual apresenta sua natureza pictórica de tendências abstratas e geométricas, formas e traçados que a artista afirma estarem presentes em seu imaginário desde o princípio. Entre 1952 e 1954, estudou pintura no ateliê do artista romeno Samson Flexor (1907-1971). Posteriormente, também estudou desenho com Mario Zanini (1907-1971).
Em 1958, com base nas teorias das cores de Michel Eugène Chevreul (1786- 1889) - que obteve vinte mil nuances misturando as cores primárias para obter as secundárias e clareá-las com branco e escurecê-las com preto -, inicia a pesquisa intitulada Neutros da Teoria da Cor, que desenvolve até 1963. Em sua pesquisa, obtém gradações sutis de tons e semitons que vão da luminosidade à escuridão, do frio ao quente, e restabelecem a relação entre a linha e a representação. Em 1965, começa a produzir os trabalhos de colagem, técnica que investiga incansavelmente até o ano de 1971. A década de 1970 também marca o início de uma troca de correspondências entre Habuba e Victor Vasarely (1906-1997), que encontra pontos de aproximação entre suas pesquisas.
Entre 1972 e 1976, atuou como membro titular da IAG - International Arts Guild, o que possibilitou, pelos estatutos, a formação de um Comitê Brasileiro. Durante o mesmo período, atuou também como correspondente da International Art Bulletin. Em 1975, a artista tornou-se membro da Associação Paulista de Belas Artes e teve obras expostas na Galeria D’Art Guelfa di Marcello Pieraccini e na Galeria Inquadrature, em Florença, na Galeria Fiamma Vigo, em Roma e na Galeria Nùmero, em Veneza, Itália.
Durante uma trajetória de mais de 70 anos, participou de diversos Salões de Arte no Brasil, França, Itália, Estados Unidos e Japão. Em 2021 seu trabalho foi exibido em Acervo em Transformação: doações recentes no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP. No ano seguinte, participou de Mapa das Mulheres, na Galeria Mapa, São Paulo, Brasil. Com mais de 90 anos de idade, Habuba Farah segue produzindo obras que sintetizam traço e luz; movimento e atmosfera; a poesia e um vocabulário formal geométrico.
Em 2023, a Gomide&Co realizou Habuba Farah, a primeira individual da artista em mais de 30 anos. Na ocasião da exposição, foi lançada sua primeira monografia homônima, em parceria com a Galeria MaPa. Em 2024, sua obra participou da coletiva Beyond Form: Lines of Abstraction, 1950-1970, na Turner Contemporary, em Margate, Reino Unido. Em 2025, teve uma individual realizada na Jeremy Scholar em Londres, intitulada Vibrations.
