Nascido em 1931 em Cetatea-Alba, cidade romena na Bessarábia que fazia parte à época da União Soviética, Nicolai Dragos entrou no cenário artístico de seu país ainda jovem, em Bucareste. Provindo de uma família bem estabelecida e de posses em sua região, Dragos estudou piano em sua infância, que inicialmente teve na música a canalização de seus interesses artísticos primários.

No final da década de 1940, já interessado em estudar pintura, conheceu Rudolf Schweitzer-Cumpana (1886-1975) e Corneliu Baba (1906-1997), dois dos pintores mais relevantes de seu país. Ali passava a experimentar-se nos materiais e criar suas primeiras peças, ecoando sua nas obras a sua própria infância e seus aspectos lúdicos. Também passa a realizar retratos com fortes jogos de luz e sombra, provenientes da influência de Baba.

Neste período vai se interessando também pelo expressionismo, e em 1952 realiza uma viagem à Bruxelas que se tornaria seminal em seu percurso artístico. Fica dois meses estudando na capital belga e lá toma contato com a obra de protagonistas do grupo CoBrA, que acabara de realizar sua última exposição em Liège, também na Bélgica. O grupo – formado por artistas de Copenhage, Bruxelas e Amsterdam – oferece referências estéticas novas para Dragos, com práticas semi-figurativas e gestuais, e, no limite, toda uma relação com o método e a fatura da pintura que Dragos se identifica e preserva nas décadas posteriores.         

A partir de 1954, quando realiza sua primeira individual em Bucareste, Dragos passa a expor entre diversas exposições individuais e coletivas em instituições e galerias de cidades como Sofía, Paris, Bruxelas, Düsseldorf, Colônia, Le Havre, Istambul, Varsóvia, entre outras. Em 1976, Dragos emigra ao Brasil junto à sua esposa, e nos anos subsequentes seu trabalho circula por variadas exposições, mas já num período em que seu trabalho como médico patologista passava a ocupar mais tempo de sua rotina e o consagrando como um grande nome neste ofício, deixando suas produções artísticas em um segundo plano – embora nunca tenham cessado.

Sua obra compõe coleções de museus e instituições brasileiras como o Museu de Arte Brasileira, na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo; o Museu de Arte de Brasília – MAB; o Museu de Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti” – MACC; o Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC, em Curitiba; o Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP; o Museu de Arte de Santa Catarina – MASC, em Florianópolis; a Pinacoteca do Estado de São Paulo; o Centro Universitário Maria Antônia da Universidade de São Paulo – USP e do Centro Histórico da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.