![Mira Schendel, Sem título (da série Monotipias) [Untitled (from the Monotypes series)], Década de 1960 [1960's]](https://artlogic-res.cloudinary.com/w_1800,h_1320,c_limit,f_auto,fl_lossy,q_auto/artlogicstorage/bergaminandgomide/images/view/20e52acafe79841fd8e14d3920649a19j/gomide-co-mira-schendel-sem-t-tulo-da-s-rie-monotipias-untitled-from-the-monotypes-series-d-cada-de-1960-1960-s.jpg)
![Mira Schendel, Sem título (da série Monotipias) [Untitled (from the Monotypes series)], Década de 1960 [1960's]](https://artlogic-res.cloudinary.com/w_1800,h_1320,c_limit,f_auto,fl_lossy,q_auto/artlogicstorage/bergaminandgomide/images/view/5dec740efde19ef41b9555f6b754bff0j/gomide-co-mira-schendel-sem-t-tulo-da-s-rie-monotipias-untitled-from-the-monotypes-series-d-cada-de-1960-1960-s.jpg)
Mira Schendel Switzerland, 1919-1988
EN
Mira Schendel's monotypes occupy a central place in her artistic career, channeling philosophical questions that are fundamental to her poetics, such as the relationship between visibility, matter and the dimension of emptiness. These works emerged in the artist's career from an experiment with Japanese rice paper, whose fragility and transparency challenged her to explore new techniques. In the 1960s, Mira produced monotypes between mid-1964 and 1967.
To create her works, she would paint a smooth surface, sprinkle talcum powder to control the transfer of paint and, on top of this base, she would apply the rice paper, drawing on the back with her nails or pointed instruments. The gesture of pressing the paper caused the ink to impregnate its fibers, creating unique lines and stains, visible on both sides of the sheet.
These monotypes show Mira's interest in the tenuousness and transparency of matter, central aspects in her research into emptiness and impermanence. The use of rice paper, the delicacy of the strokes and the unpredictability of the process reinforce the poetic dimension of her practice, in which presence and absence, gesture and silence, are intertwined as fundamental elements.
PT
As monotipias de Mira Schendel ocupam um lugar central em sua trajetória artística, canalizando questões filosóficas fundamentais à sua poética, como a relação entre visibilidade, matéria e a dimensão do vazio. Essas obras surgem no percurso da artista a partir de uma experiência com papel de arroz japonês, cuja fragilidade e transparência desafiaram a artista a explorar novas técnicas. Na década de 1960, Mira produziu monotipias entre meados de 1964 e 1967.
Para realizar os trabalhos, entintava com tinta preta à óleo uma superfície lisa, polvilhava talco para controlar a transferência de tinta e, sobre essa base, aplicava o papel de arroz, desenhando no dorso com as unhas ou instrumentos pontiagudos. O gesto de pressionar o papel fazia com que a tinta impregnasse suas fibras, criando linhas e manchas únicas, visíveis de ambos os lados da folha.
Essas monotipias evidenciam o interesse de Mira pela tenuidade e pela transparência da matéria, aspectos centrais em sua pesquisa sobre o vazio e a impermanência. O uso do papel de arroz, a delicadeza dos traços e a imprevisibilidade do processo reforçam uma dimensão poética da sua prática, na qual a presença e a ausência, o gesto e o silêncio, se entrelaçam como elementos fundamentais.