SP–Arte Viewing Room 2020: Andy Warhol: Photographs

Abril 1 - 5, 2020 

O projeto Andy Warhol é uma parceria com a Act., escritório de consultoria que atua numa escala global em diversas esferas do circuito artístico, contribuindo para múltiplas iniciativas curatoriais e projetos especiais. Estão entre os clientes colecionadores, artistas, fundações de arte e instituições sem fins lucrativos, entre outros.

 

Pela primeira vez no Brasil serão colocadas à venda cerca de 37 raras fotografias do artista, do período entre 1973 a 1986, uma oportunidade única para colecionadores e admiradores da obra de Andy Warhol (1928-1987).

 

De Polaroids a impressões em gelatina de prata, as obras apresentam retratos de seus amigos, ícones da cultura efervescente da época, como Arnold Schwarzenegger, Grace Jones, Jean-Michel Basquiat, John Lennon, Mick Jagger, Steven Spielberg, Tina Turner, entre outros, e também autorretratos de Andy Warhol. Além dos retratos, poderão ser vistas fotografias que representam detalhes de objetos, como bananas, sapatos, e ainda, composições em colagem de Polaroids.

 

Nos anos 70, Andy Warhol levava sua câmera com ele onde quer que fosse, inicialmente usando a Polaroid e depois a Minox de 35 milímetros, criou uma linguagem fotográfica a partir de um vocabulário visual singular. Embora tenha produzido uma quantidade colossal de material, pouco foi revelado até sua morte e a grande maioria raramente exibida ao público.

 

A linguagem visual de Warhol reside no centro de sua prática de exploração da imagética, afinal, a imagem fotográfica sempre esteve por trás do conjunto de sua obra, desde as fotografias que incorporou como matéria-prima para suas primeiras pinturas em serigrafia até as imagens de Marilyn Monroe conhecidas mundialmente.

 

Ao longo da década de 1960, quando Warhol começou a ser reconhecido, a fotografia recebia pouca atenção como algo não mais importante que uma arte gráfica. No entanto, a investigação através da fotografia por alguns dos artistas mais notáveis daquela década - incluindo John Baldessari e Ed Ruscha - é uma prova contundente de que se tornou uma relevante ferramenta para diversas produções artísticas.

 

De fato, a obra fotográfica de Warhol continua sendo um dos aspectos mais centrais e duradouros de seu processo criativo, que abrangeu toda sua carreira e foi desmembrada por variados gêneros fotográficos, podendo ser associada, inclusive, como influenciadora do modelo de representação do retrato atual, como as onipresentes selfies do Instagram.

A importância da contribuição de Andy Warhol para a arte contemporânea e cultura pop através das variadas mídias que produziu é inegável, mas são nas fotografias que reside a essência desse icônico artista. Como o próprio Warhol relatou em seu diário: “Eu não acreditava em arte; Eu acreditava na fotografia.

 

Uma curiosidade à parte é a origem das fotografias, que pertencem a uma única coleção que começou a ser composta gradualmente há cerca de 25 anos atrás por um apaixonado pelo trabalho de Andy Warhol, o colecionador James Hedges.

 

Desde a sua adolescência Hedges foi um ávido consumidor de tudo que remetia à cultura pop doa anos 1980 e de Nova York, o que rapidamente o levou a descobrir o artista Andy Warhol. O primeiro trabalho de Warhol que adquiriu foi uma pintura da atriz Marilyn Monroe em rosa e preto da série Reversal.

 

Hedges cresceu em uma família que há gerações já estava envolvida com a arte, começou a colecionar fotografias quando tinha cerca de 20 anos, na época um segmento pouco popular e de valores mais baixos. Afirma que a maior parte da sua coleção é composta por fotografias e filmes de Andy Warhol, que são a origem da grande maioria dos trabalhos criados pelo artista como uma forma de narrar vida e processo de criação, para o colecionador “Sem fotografia, não haveria Warhol”.

 

As obras favoritas de sua coleção são as chamadas fotografias costuradas, as mais importantes e raras obras criadas por Warhol e o auge da sua produção artística. Para Hedges sua coleção representa um investimento, mas também reflete sua paixão pela arte e seu olhar em constante evolução e amadurecimento como colecionador.

 

 

“Uma foto significa que sei onde estive a cada minuto. É por isso que tiro fotos. É o meu diário visual”