Lygia Clark 1920-1988

Lygia Clark mostrou interesse em desenho desde muito jovem. Em 1938, mudou-se com o marido, Aluízio Clark Ribeiro, para o Rio de Janeiro. Em 1947, iniciou sua formação artística com Roberto Burle Marx (1909-1994). De 1950 a 1952, viveu em Paris, onde estudou com Fernand Léger (1881-1955), Isaac Dobrinsky (1891-1973) e Árpád Szenes (1897-1985). Após retornar ao Brasil, ingressou no Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973). Foi uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto, participando de sua primeira exposição em 1959. Clark passou gradualmente da pintura à experimentação com objetos tridimensionais.

 

Na década de 1960, executou obras interativas, como a série Bichos (1960), construções metálicas geométricas que se articulam através de dobras e que exigem a coparticipação do espectador. Em 1964, realizou uma importante exposição na galeria Signals, em Londres, que ofereceria uma plataforma para a internacionalização de sua obra. Em 1968, dedicou sua atenção à exploração sensorial em obras como A Casa é o Corpo. Entre 1970 e 1976, viveu em Paris, período em que lecionou na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, afastando-se de sua produção de objetos estéticos e, sobretudo, movendo-se em direção a experiências corporais nas quais qualquer tipo de material estabelecia uma relação entre os participantes.

 

Em 1972, participou da exposição coletiva The Non-objective World 1935-1955, que viajou para Londres, Milão e Basiléia. Retornou ao Brasil em 1976, dedicando-se às possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Nas décadas de 1970 e 1980, a pesquisa de Clark em psicologia e filosofia, motivada em parte por suas próprias experiências em psicoterapia, deslocou suas tentativas de unificação da arte e da vida. Durante a última década de vida, Clark engajou-se em um sistema de prática terapêutica chamado Estruturação do Self (1979-88).

 

Seu trabalho faz parte de importantes coleções institucionais no Brasil e no mundo, como o MAC/USP – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAM-SP – Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM-RJ – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Centre Pompidou – Musée National d'Art Moderne (Paris), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Madri), Tate Modern (Londres) e MoMA – The Museum of Modern Art (Nova Iorque).