Chen Kong Fang China, 1931-2012

Chen Kong Fang nasceu em 1931 em Tung Cheng, província de Anhui, na China. Ainda criança inclinou-se ao desenho e, na adolescência, estudou as técnicas de aquarela e do sumi-ê[1]. Após a morte de seu pai – notável figura da política local – Fang migrou para o Brasil com a família, em 1951, depois de um período de dificuldades em sua terra natal, onde havia vivenciado as penúrias decorrentes da Guerra Civil Chinesa. Em meados da década de 1950, em São Paulo, Fang estudou pintura ocidental com Yoshiya Takaoka (1909-1978), pintor nipônico e professor de alguns pintores nipo-brasileiros da geração do Seibi-Kai, como Manabu Mabe (1924-1997). Durante os anos de aprendizado, Fang absorveu referências dos estilos realista e naturalista da pintura ocidental em suas paisagens, retratos e naturezas-mortas. No entanto, a partir da década de 1960, começou a produzir paisagens do tecido urbano.

Entre coletivas, sua obra circulou desde 1957 em mostras como o 6º Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro (1957); diferentes edições do Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia; 12º e 13º Salão do Grupo Seibi no Espaço Cultural Bunkyo, em São Paulo (1968 e 1969); 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP (1969); 11º Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP (1979); 18 contemporâneos, na Dan Galeria em São Paulo (1987); Contemporary Brazilian Nikkei Artists, no Niigata Prefectural Museum of Art, em Niigata e no Azabu Art Museum, em Tokyo(Japão, 1995 e 1996); Mínimo, Múltiplo, Comum, na Pina Estação em São Paulo (2018), entre outras. Entre individuais, destacam-se: Fang, Galeria Cosme Velho, no Rio de Janeiro (1978); Fang, Dan Galeria, São Paulo (1981); Fang, The International Museum of the 20th Century Artists, Laguna (EUA, 1990); Os Pincéis de Fang, no Centro Cultural Correios, em São Paulo (2014), entre outros. Em 2024, Fang terá sua obra exposta dentro do programa Diásporas Asiáticas no Instituto Tomie Ohtake, com a individual Chen Kong Fang – O Refúgio. Sua obra compõe as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Muderna de São Paulo – MAM-SP, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC-USP, do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP e do Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, em São Paulo.


[1] Na etimologia, sumi-ê significa “pintura com tinta”. É uma prática pictórica diferente da pintura ocidental, pois envolve desenho e elementos caligráficos, que teve sua origem na China e foi levada ao Japão, onde foi amplamente difundida. “Sumi” é o nome da tinta em si, que por sua vez se assemelha ao nanquim, e seu suporte costumeiro e ideal no sumi-ê é o papel artesanal de arroz. Os elementos essenciais concentram-se na simplicidade, simbolização, naturalidade, harmonia, precisão e síntese.