Art Basel 2025

Messe Basel, Junho 17 - 22, 2025 
Booth G8

Para a ArtBasel 2025, a Gomide&Co tem o prazer de apresentar uma seleção de obras baseada no diálogo artístico e cultural que aconteceu entre Brasil e Europa no contexto dos movimentos Concreto e Neoconcreto que marcaram o século XX. A apresentação, desenvolvida em colaboração com o pesquisador e curador Alex Balgiu, procura abordar tal diálogo sob a perspectiva da experiência. A proposta é um convite para o envolvimento com a obra de arte concebida como um organismo vivo, um ser temporal que existe, nas palavras de Lygia Clark, “sempre no presente, sempre em processo de recomeço”.

 

Para tanto, a apresentação foi concebida como um ambiente imersivo que procura oferecer uma experiência multifacetada das obras, incluindo a possibilidade de vários pontos de vista a partir da configuração do corpo do espectador no espaço. Cada obra de arte questiona uma faceta diferente do Concretismo, revelando uma polifonia de processos e materialidades. Tensões e magnetismos estão em jogo, levando a uma conversa entre superfícies e volumes, forma e contraforma. Novas relações se desenvolvem entre as obras, mas também entre cada obra de arte e o mundo ao seu redor.

 

A concepção do projeto parte dos trânsitos do filósofo alemão Max Bense (1910–1990) no Brasil, baseando-se em especial em sua correspondência com o poeta brasileiro Haroldo de Campos (1929–2003), expoente da poesia concreta no país, então pertencente ao grupo Noigandres. Tais trocas intelectuais resultaram em uma série de exposições organizadas por Bense na Studiengalerie, galeria da Hochschule für Technik (Universidade Técnica) de Stuttgart, onde lecionava na época. Foi ali que, em 1964, ocorreu a primeira exposição de Lygia Clark na Europa, na qual a artista apresentou seus Bichos e Espaços Modulados. Em 1967, Mira Schendel expôs suas letras datilografadas e decalcadas sobre papel na mesma galeria, repetindo sua participação no local em 1975. Schendel, inclusive, foi tema de um número da série de cadernos rot, organizados por Bense e Elizabeth Walther, semióloga e companheira do filósofo, e dedicados à poesia concreta, às formas gráficas e aos estudos da linguagem.

 

O círculo de artistas brasileiros que tiveram contato com Bense também inclui Almir Mavignier, que foi aluno do filósofo na Hochschule für Gestaltung (Escola Superior da Forma), em Ulm, no final da década de 1950. Considerado um dos polos do pensamento do design e da experimentação artística em diálogo com a produção industrial, por ali circularam figuras como Max Bill e Josef Albers, entre outros. Em meio a um contexto efervescente no Brasil, marcado nas artes pela inauguração da Bienal de São Paulo (1951) e dos Museus de Arte Moderna (MASP, 1947; MAM São Paulo, 1948; e MAM Rio de Janeiro, 1948), na arquitetura pela fundação de Brasília (1960) e no design pela criação da Escola Superior de Design Industrial (ESDI, 1963), Max Bense figurou como um agente entre os expoentes do período, difundindo muitos nomes do país no contexto internacional.

 

A seleção principal a ser apresenta pela Gomide&Co na Art Basel 2025 inclui nomes que tiveram contato direto com Bense, como Lygia Clark, Mira Schendel e Almir Mavignier, bem como outros que são figuras fundamentais do período, como Amilcar de Castro, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Ivan Serpa, Hélio Oiticica e Max Bill. Um dos principais destaques da seleção é uma tela de Roberto Burle Marx, cujo projeto paisagístico para Brasília foi aclamado por Bense. Na seleção complementar, a apresentação inclui artistas que receberam influência dos movimentos Concreto e Neoconcreto, como Habuba Farah e Lerona de Barros, entre outros.

 

A seleção completa inclui: Amilcar de Castro (1920–2002); Amadeo Luciano Lorenzato (1900–1995); Almir Mavignier (1925–2018); Chico da Silva (1910/1922–1985); Chen Kong Fang (1931–2012); Geraldo de Barros (1923–1998); Habuba Farah (1931); Hélio Oiticica (1937–1980); Ivan Serpa (1923–1973); Julia Isidrez (1967); Lygia Clark (1920–1988); Lenora de Barros (1953); Luiz Sacilotto (1924–2003); Lygia Pape (1927–2004); Max Bill (1908–1994); Megumi Yuasa (1938); Maria Lira (1945); Mira Schendel (1919–1988); Nilda Neves (1961); Roberto Burle Marx (1909–1994); Sergio Camargo (1930–1990).